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Mostrando postagens de agosto, 2016

Noite inconclusiva

Pela vidraça do McDonald's da Times Square, ela lança um olhar longo pra rua De onde está, observa pessoas zanzarem pela madrugada pós alguma coisa Está no segundo andar, mas parece que esta mais distante, fora dali Alguns caminham sozinhos, devagar, sem linhas retas, errantes Outros riem em grupos; ela não os ouve, mas parecem felizes Outros são um, na verdade dois, apertados por um abraço Ela é um pouco de todos e também não é nada daquilo Por isso, quando ela se perde, adora ir para aquele lugar híbrido, vago Fast food, fast images, fast moments;  um lugar onde nada é retido Aquele anonimato forçado lhe confere uma sensação de conforto Quem é ela, quem são todos, apenas um monte de ninguéns Ela continua olhando pela vidraça, ofuscada pelo neon do letreiro abaixo O excesso de cores e apelos ao redor torna tudo menor e simplificado A poluição de sons e imagens provoca-lhe uma meditação ao inverso Enquanto vestígios dos desejos e das intenções de hora

Jump!

Tempo prévio, fantasia Os segundos se arrastam Irritando a pressa da ansiedade Desejos saem pelas roupas, descosturam As expectativas desafiando a realidade cética A pressão, as impressões, o primeiro encontro E então, será uma confirmação, uma ilusão, um desatino, um nó? Tudo pode surpreender, inclusive para melhor e por que não? O melhor talvez esteja no exato momento do não saber Onde tudo pode ser ou tudo pode ser coisa nenhuma O jogo não é controlar os resultados, é apostar Photo: Nico Stinghe